7 de jun. de 2013

Tecnologia PoE - Power over Ethernet (Parte-3)

Imagine que em seu projeto de infraestrutura há dispositivos PDs (Powered Devices) que precisam ser instalados em uma localidade onde a distância é maior do que a permitida para um cabeamento UTP. Neste caso, o que se faz para que o PD seja ao mesmo tempo alimentado e gerenciado?  Bom, a solução é ….. o assunto neste post. (rsrs) -  Espero que apreciem…

INTRODUÇÃO

Como já destacado nas partes 1 e 2, as tecnologias Power over Ethernet e Power over HDBaseT permitem alimentar dispositivos PD através da transmissão de energia DC, juntamente com dados, sobre o cabeamento UTP, eliminando o custo de infra para energia elétrica.

Como as tecnologias PoE/PoH são também do tipo  “GREEN IT,  cada vez mais, elas  estão se tornando parte integrante e indispensável em novos projetos de (ou já nas existentes) redes Ethernet para aplicações em ambientes industriais e redes de automação e sistemas de baixa tensão, para Edifícios Inteligentes (Smart Building). Pois, permitem, através de um sistema de gerenciamento centralizado (software), que os todos os dispositivos (Powered Devices), sistemas de iluminação e sistemas industriais sejam ligados e desligados de acordo com um horário programado, sensor, ou evento.  A adoção desta tecnologia ajuda a diminuir o consumo de energia e uso que, não só resultará em custos mais baixos, mas também em benefícios ecológicos. 

Um estudo realizado, pela ABESCO - Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Conservação de Energia -  indica que Brasil desperdiça por ano energia suficiente para abastecer o estado do Rio. Deste, destaco os dois trechos que corroboram para a adoção da PoE:

Segundo o presidente da entidade, Jose Starosta, “….os maiores vilões, são processos industriais obsoletos e sistemas de refrigeração, aquecimento e iluminação inadequados, sem sistemas de automa-ção que permitam, por exemplo, o desligamento automático quando não há pessoas presentes no local…. “  “ O problema são os desperdícios que ocorrem nas plantas comerciais, como shoppings e hospitais, além das indústrias… é inaceitável”

Voltando ao assunto e foco deste post, nem sempre os dispositivos PDs, serão instalados em locais respeitando a distância limite imposta por norma ao cabeamento de cobre. Ou seja, muitos deverão ser instalados em locais numa distância muito maior que a de 100 metros (328ft). Neste caso a solução é integrar o cabeamento de cobre com o de fibra óptica, utilizando-se dos Conversores de Mídia PoE.

Juliano, mas como? PoE em fibra? Não tem como!!!! Eu sei, mas calma, continue lendo…

COMO ESTA SOLUÇÃO TRABALHA

Um dos desafios com PoE é de poder alimentar dispositivos PD remotos, em locais fora do limite de distância do cabeamento de cobre, mesmo utilizando os Midspans, pois estes não aumentam a distância da rede de dados, A figura abaixo reflete um ambiente padrão onde a limitação do cabeamento de cobre é seguido a rigor:

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Apesar de existirem soluções como Extensores de LAN (LAN Extenders), Conversores UTP para Coaxial e tecnologias Wireless, a solução que apresenta SEGURANÇA E CONFIABILIDADE, além de outras várias vantagens em um projeto,  que necessite de instalação, e consequentemente, de alimentação em dispositivos PDs em locais que excedem os 100 metros, é a de utilização de Conversores de Mídia PoE, os quais possibilitam a utilização de cabos de fibra óptica. 

Neste momento,  você caro leitor, poderá me perguntar:  Pô Juliano, mas os sinais que trafegam em cabos de fibra óptica são somente os de dados, correto?  Corretíssimo querido(a) leitor(a), não é possível trafegar ou conduzir os sinais de energia DC através de cabo de fibra óptica, somente sinais de dados.   Mas vamos clarear como esta solução trabalha, tomemos como exemplo a figura abaixo:

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Na figura acima, os dispositivos (Powered Devices) precisaram ser  instalados em um  ambiente  onde o limite de 100 metros para o cabeamento UTP foi excedido. Portanto, foi necessária a implementação de um Conversor de Mídia PoE (PSE) e ,consequentemente, o uso do cabeamento de fibra óptica para conectá-los à LAN, permitindo o gerenciamento destes PDs. 

O cabeamento de fibra óptica utilizado, origina-se em um Switch de fibra  (ou podendo ser um Switch com uma Mini-Interface de Conversão Gigabit - Gigabit Interface Converter (Mini-GBIC)) situado, por exemplo, em uma sala de servidores, e termina no Conversor de Mídia PoE, localizado perto de uma fonte de alimentação AC ou DC.

Os dispositivos PD - Câmera IP e Wireless AP -  por sua vez, foram conectados ao Conversor de Mídia PoE, o qual os alimenta com energia DC através do cabeamento UTP utilizado.

OPÇÕES DE DESIGN DE REDE

Na figura abaixo podemos observar que há dois tipos de Conversores de Mídia PoE: um com duas portas RJ-45 e o outro apenas com uma única porta; porém ambos com uma única porta para Fibra Óptica. Estes dois tipos de conversores são muito utilizados em projetos de redes na topologia estrela com um estilo de layout ponto-a-ponto, onde os Links de Fibra Dedicados são distribuídos a partir de um switch de fibra (ou de um Switch com Mini Interface de Conversão Gigabit - Gigabit Interface Converter (Mini-GBIC)).

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Na figura a seguir podemos ver um exemplo de aplicação desta solução em um Campus. Neste exemplo, uma arquitetura de rede FTTD (Fiber-To-The-Desk) foi implementada devido a demanda por largura de banda  para aplicações de videoconferência, segurança, distância, etc., permitindo a redução e a otimização de recursos, como infraestrutura e equipamentos de rede, possibilitando um projeto de rede flexível e escalável.

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A rede origina-se a partir de um switch core de fibra no Data Closet, numa área fisicamente segura, no Edifício 1.  O cabeamento de fibra óptica é distribuído até os seus respectivos pontos (Edificio 2 e Edificio 3), sendo terminados nos Conversores de Mídia PoE. Estes são alimentados por uma fonte AC ou DC, fornecendo a conversão dos sinais ópticos em elétricos para transmitirem, sobre os cabos UTP, os sinais de dados e de energia DC aos dispositivos PDs - Telefones IP, Equipamento de Vídeo Conferência e o Thin Client. 

No figura abaixo, apesar de ser simples, é um exemplo do uso da tecnologia PoE/PoH em um ambiente automatizado. Observem, que no design apresentado, foram utilizados Conversores de Mídia PoE Multi-Portas  contendo duas portas UTP e duas portas para fibra óptica, estas sendo uma UpLink e a outra DownLink. Estas permitem interligar os respectivos Conversores em série, ou seja, um após o outro. O método de interligação (ou interconexão) utilizado neste exemplo é conhecido como Daisy Chained, que nada mais é que uma rede encadeada em topologia linear neste caso.   imageEste tipo de design, não só pode ser usado em automação predial, mas também em uma grande variedade de aplicações, como por exemplo, câmeras IP instaladas ao longo de ferrovias ou linhas de metrô, estradas, cercas perimetrais, oleodutos, etc.. 

Também é possível conectar dispositivos de rede No-PoE diretamente nos Conversores de Mídia PoE com segurança. Ele detectará automaticamente que o dispositivo não é um PD, e portanto só transmitirá os sinais de dados.

Para finalizar, podemos ver que uma das maiores preocupações em novos projetos para automação predial, residencial, etc., é com a economia do consumo de energia. Especificamente na Automação Predial o uso das tecnologias PoE/PoH para redução do consumo energético pode gerar ganhos de pontos para a certificação de Leeds.

Bom pessoal, por hoje é só!

Até o próximo.

Obrigado.

Juliano Ramalho.

REFERÊNCIAS:

- Integrating Power over Ethernet and Fiber Networks - Overcoming the Distance Limitations of Copper Cabling to PoE Devices - Omnitron Systems Technology

- ABESCO - Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Conservação de Energia

- Agencia Brasil - Estudo indica que Brasil desperdiça por ano energia suficiente para abastecer o estado do Rio

 

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